RJ: Copacabana não é para fazer topless


Embora não esteja especificado no artigo do Código Penal que trata de ultraje público ao pudor, o topless feito por ginastas dinamarquesas, que chamou a atenção na segunda-feira (11), na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, é avaliado como desaconselhável por praticantes de nudismo da cidade, devido ao local e à falta de costume dos brasileiros com a exposição dos seios, comum na Europa.
Por si só, mostrar os seios na orla de Copacabana não é algo que espante, na opinião de Claudio Haliuc, relações públicas da Associação de Naturismo do Abricó, que reúne frequentadores da única praia de nudismo do Rio, entre Prainha e Grumari, na Zona Oeste. Fazê-lo naturalmente, sem intenções além de bronzeá-los, é que sim. "A gente já vê há bastante tempo, em Copacabana, aquelas meninas se mostrando pros turistas, não é mesmo? A diferença, acho, é que, dessa vez, turistas estrangeiras é que fizeram topless, que é algo comum no país delas, e não esperavam a reação aqui, chamar tanto a atenção".
Por cuidado, Claudio não recomenda topless em Copacabana, devido à exposição, para quem quiser evitar chamar a atenção. "É uma praia cheia de prédios de frente, muito povoada e aberta", enumera, ressaltando que a Praia do Abricó é separada por pedras de Grumari.
Nas areias do Abricó, a impressão era semelhante na tarde desta quarta-feira (13). Para Carlos Alberto Brito, de 43 anos, dono de uma barraquinha de bebidas, a falta de informação da existência de uma praia de nudismo foi um azar para as dinamarquesas. "A gente tem uma praia própria para vir sem roupa aqui no Rio; e você pode ver que não tem problema, todo mundo respeita", conta, apontando para a praia, tranquila, separada pelas pedras, mas a menos de 50 metros de um local bem frequentado de banhistas "vestidos" no canto esquerdo de Grumari.
"Durante a semana, vem gente de biquíni e sunga aqui também, mas, sábado e domingo, é todo mundo nu. Eu não vou nem de topless para o lado de lá [Grumari], por uma questão de respeito a quem não quer me ver nua, e, acho que pelo mesmo motivo, ninguém vem vestido para o lado de cá também", acrescenta Érica Menezes, de 34 anos, mulher e parceira de Carlos Alberto na barraquinha.
Ao mesmo tempo, um frequentador vestido apenas com um óculos Ray Ban, que preferiu não se identificar, apontava que a falta de especificação no artigo 233, que tipifica o ultraje público ao pudor, contribui para uma certa arbitrariedade em sua aplicação, já que a inclusão do topless como algo proibido acaba sendo decidida por policiais ou guardas municipais sem estar inscrita na forma da lei.
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