
Gabriel Guimarães teve o cabelo cortado por amigos que escreveram MIT na sua cabeça (Foto: Arquivo pessoal)
O Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), nos Estados Unidos, uma das universidades mais importantes do mundo, líder de rankings de excelência acadêmica, admitiu quatro brasileiros para os cursos de graduação deste ano letivo, com início em agosto. Foram convidados a engrossar o grupo: Gabriel Guimarães, de 19 anos, de Vitória (ES); Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, 17, de Lins (SP); Lara Timbó, 17, de Fortaleza (CE); e Renato Ferreira, 18, de São Paulo (SP). O Brasil é o nono país estrangeiro com mais representação no MIT, são 81 estudantes, o que equivalente a 2,3% do total.A seleção do MIT costuma ser muito rigorosa porque apenas 10% do total das vagas são destinadas para estrangeiros do mundo todo. Gabriel e Ivan também já foram aceitos pela Universidade de Harvard. Os quatro ainda vão aguardar as respostas de outras universidades americanas de ponta até o mês de abril para decidir aonde irão se matricular. Para divulgar o resultado, o MIT faz uma brincadeira envolvendo o número pi, razão entre o perímetro da circunferência e diâmetro. Nesta quinta-feira (14), Dia do Pi (3/14 como a data é grafada no Estados Unidos e os primeiros algarismos do pi), no horário que indica o dobro deste símbolo matemático (6h28 PM) os candidatos tinham de se logar no site e verificar o recado que o MIT tinha para eles. Podia tanto ser positivo quanto negativo.
“Estava no meu quarto no ITA junto com meu irmão. Da primeira vez errei a senha, depois entrei e li a carta de admissão. Vi várias vezes, o final do texto diz: ‘Agora pare de ler e vá comemorar.’ Eu liguei para meus pais, pulei na piscina. O pessoal do alojamento estava na expectativa e muita gente veio me dar parabéns”, diz Lara Timbó, que cursa engenharia no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP). Lara concluiu o ensino médio no ano passado no Colégio Ari de Sá, em Fortaleza, e acumula em seu currículo uma série de premiações não só na sala de aula. Ela joga basquete desde criança, e apesar dos seus 1,60 metro, se destacou nas quadras na posição de armadora. Jogou na seleção estadual do Ceará, participou de dois campeonatos nacionais, e em 2007, foi eleita a melhor jogadora do torneio da Federação de Basquete do Estado do Ceará.
Na vida de Lara, o basquete só perdeu espaço para sua outra paixão: a física. “Comecei a me interessar pelas olimpíadas de física no ensino médio, mas no ensino fundamental participei de torneios de matemática e informática.” Lara foi a primeira garota brasileira a conquistar medalha em competições internacionais de física. No ano passado na Estônia levou bronze, e na Olimpíada Ibero-americana no Equador, em 2011, garantiu o ouro.
Aluna do ITA, um dos institutos de tecnologia mais cobiçados do Brasil, e com vaga garantida no MIT, universidade referência no mundo, Lara diz que a sensação agora é de alívio. Ela dispensa o título de “nerd” por conta das suas conquistas. “Eu jogo basquete como todo mundo, passo mais tempo do que deveria no Facebook, assisto a infinitas séries na TV. Nunca abdiquei de nada na minha infância ou adolescência. A questão é se dedicar e correr atrás.” (G1)
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